abr/16 | em Depoimentos

Depoimento sobre o programa H.H. Humphrey: Tatianna Meireles Alencar

Tatianna Meireles Alencar é nossa bolsista do programa H. H. Humphrey para desenvolvimento profissional nos Estados Unidos e está na Emory University em Atlanta. Aos 37 anos, ela está aperfeiçoando os conhecimentos em Saúde Pública. Conversamos com ela sobre a oportunidade. Confira:

Fulbright – O que levou você a se inscrever no programa?  
Tatianna – Estava procurando algum tipo de Programa de média duração que me desse a oportunidade de combinar experiência acadêmica com aperfeiçoamento professional. Sempre gostei de estudar, mas as alternativas que as universidades brasileiras normalmente proporcionam, para quem já esta no meio de sua carreira professional, são cursos estritamente acadêmicos de longo prazo como um doutorado, por exemplo. Encontrei no HHH Fellowship a combinação que procurava: um investimento de medio prazo (cerca de 11 meses), combinando a possibilidade de estudar e acompanhar aulas que tem relação com meu trabalho no setor público e, ao mesmo tempo, ampliar os horizontes de contatos e conhecer novas iniciativas que possam ser adaptadas e implementadas no meu contexto profissional. A proposta do HHH caiu como uma luva. Raríssimo encontrar programas de qualidade voltados às carreiras publicas, como o Humphrey.

Fulbright – Qual as atividades que você desenvolve nos Estados Unidos como bolsista?
Tatianna –
 Tenho desenvolvido diversas atividades: a primeira delas é a participação em aulas de pós-graduação e seminários específicos do Programa HHH.  Além disso, tenho tido acesso a palestras e apresentações semanais de especialistas em saúde pública, proporcionados pela universidade e outras instituições em Atlanta, como o CDC. Tenho também acompanhado o trabalho de uma ONG chamada “Global Dialogues” que usa comunicação para mudar comportamentos e contextos sociais relacionados a saúde .
Ao longo desses meses, também fiz algumas atividade de voluntariado e tenho auxiliado estudantes Americanos (cerca de oito alunos) que irão ao Brasil fazer pesquisa durante o próximo verão americano. Nos próximos dois e últimos meses do Programa, farei uma espécie de estagio no San Francisco Department of Public Health (o que seria o equivalente a Secretaria Municipal de Saude de Sao Francisco) para conhecer a implementação de vanguarda que eles tem na área de Profilaxia Pre Exposição (PrEP) em HIV e Aids.

Fulbright – O que tem sido mais interessante da experiência?
Tatianna- O mais singular dessa experiencia tem sido a possibilidade de estar em contato diário com tantas pessoas que pensam Saúde Pública no mundo, a partir de diversas perspectivas, linhas teóricas e metodológicas. A pluralidade de encontros e descobertas, pessoais e profissionais, que o Programa proporciona é imensa. Possibilita que os profissionais da area de saúde pública, além de se atualizarem, abram uma janela para novos conhecimentos e oportunidades a serem implementadas quando retornaram a seus países de origem.

Fulbright – Como você acha que essa experiência vai influenciar seu trabalho no futuro?
Tatianna –
 Sim, essa experiência me traz novas ideias e uma combustão de energia para quando eu voltar a trabalhar no Ministério da Saúde em Brasilia. Ainda é cedo para dizer o que poderá ser implementado, mas certamente trago muito aprendizado na bagagem.
Além disso, tenho a pretensão de continuar o trabalho da ONG Global Dialogues no Brasil, estou em contato com eles e nossa intensão é fazer um projeto local.

Fulbright – Qual a recomendação que você daria para os futuros candidatos/bolsista?
Tatianna – Primeiramente é importante o candidato/bolsista saber que não se trata de uma bolsa para pesquisa, mas sim de atualização na sua profissão. O candidato/bolsista deve ter uma área de interesse professional definida e ao mesmo tempo estar aberto para as oportunidades que surgirão por aqui. Pois trata-se de uma experiência de “duas mãos”: sua experiência profissional é fundamental para que você possa compartilhá-la com estudantes mais novos e, ao mesmo tempo, guiar você pelos caminhos mais interessantes ao longo do Fellowship. Ao mesmo tempo, é necessário que o bolsista permita-se permear pelas novidades e abrir a cabeça para discussões levando em consideração diferentes contextos e pontos de vista para perceber que o que funciona no Brasil pode não funcionar em outro pais, ou vice-versa.  Candidato/bolsista deve estar ávido para aprender com a troca: estar disponível para oferecer e receber conhecimento e experiências.

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